Nascimento da Atinj-PR.

Em diversas encontros realizados entorno do teatro para crianças, o mesmo, naqueles ocasionais, temos nos queixado insistentemente de algumas mazelas que nos afligem como realizadores e pensadores do teatro para crianças. Sobram-nos queixas, razões, argumentos e... incógnitas. Agora, há fatos que teimam a continuarem sendo fatos, y de alguma forma eles nos imprimem os estigmas que carregamos, alicerçam nossos sonhos e em muitas ocasiões massageiam convenientemente nossos egos. Também, nos enorgulhesem, por que não? Tivemos aqui um movimento, nos anos 60, na Associação de Teatro Infantil de Curitiba, que germinara um novo pensamento para o teatro dirigidos à crianças e influenciaram fazedores, deste gênero, Brasil afora, movimento içado por pessoas, hoje, ainda vivas e vigorosas.
Divagar, um pouquinho, pela lembrança não faz mal a ninguém, no meu caso, um forâneo e extemporâneo,  é levantar algumas historias que me contaram, que ouvi nas rodas, ou como diz o Ilo Krugli, talvez algumas a inventei por puro capricho e as tenho como verdadeiras.
Um dos primeiros assuntos que lembro, neste momento, é a taxativa asseveração de vários colegas no encontro de INVESTIGAÇÃO DE TEATRO PARA CRAINÇAS que fizemos na Cia do Abração, de que o teatro para crianças acabou sendo incorporado por um mercado de entretenimento, de consumo voraz, levando às crianças o que há de pior em questões estéticas, em formação de valores e sensibilidades. Neste caminhar descarrilado do nosso trem o teatro estaria perdendo, assim, uma de suas maiores funções: a de provocar reflexões para formação de novas sensibilidades. Só esta afirmação e preocupação já era suficiente para juntarmo-nos.
Agora, pensar o Estado do Paraná sem uma organização que nos represente como classe e como um sector específico é inverossímil, sabendo da importância que ele tem, economicamente, e ainda mais por ser um semeador de artistas comprometidos com seu ofício, a pesar de estar à margem. Temos condições de alavancar uma cultura regional forte e autêntica. E ao falar regional é bom pensar na articulação dos Estados do Sul, também acometidos pelo usufruto hegemônico de recursos econômicos federais, do eixo Rio-São Paulo, para constatar isto é só olhar os beneficiados pelos programas governamentais nos diversos editais. E nada contra eles, é apenas uma constatação da capacidade organizativa de fazer valer seu peso e seu poder. É claro que muitas coisas dependem e dependerão de vontades políticas, mas, só elas não farão verão. Antes mesmo de uma atitude meramente oportunista, necessitamos conhecer nossos iguais pelo Estado afora, mesmo que não ganhemos força política suficiente já estaríamos ganhando na troca de experiências, num ultimo caso, no nos sentiríamos, tão sozinhos e tenho certeza de que melhoraríamos em vários aspectos, e poderemos ter uma voz falando pelo Paraná e a médio prazo da Região Sul.
É claro que também estamos carentes de tempo, nesta época de produções medidas em números quantitativos, com exigência de uma qualidade palatável ao consumo, -quanto mais rápido melhor-, e pe-lo-amor-de-deus ou de quem for, necessitamos sobreviver, então, quem sobrevive da sua arte acaba entrando nessa roda, brigando pelos farelos de editais públicos e leis de incentivos, que são muitos importantes, já que empresas de apoio direto quase não mais existem (esse é outro desafio: convencer a empresários da importância da labor do agente cultural) e não conseguimos tempo para os encontros de trocas e as pesquisas. Mas, não podemos esquecer que atuar na formação de crianças é promover a cidadania, com tudo o que isto implica, dando possibilidades de formação intelectual e emocional, para que tenham condições de construir discernimentos para uma positiva transformação social. Portanto, necessitamos de tempo e espaço para pensá-lo com muita responsabilidade, para que os reflexos de nossas ações cheguem à população.
Bom, nesta, confusa e profusa, exposição, estou aqui abrindo este debate. E de alguma maneira dando as boas vindas a nossa organização que nasce do desejo do encontro e da troca, baseada na experiência dos que nos antecederam, das nossas próprias e projetando uma identidade Paranaense, com o anelo de ser não apenas curitibano.

Comentários

  1. Gostei de sua confusa e profusa exposição, muito emotiva e nostalgica num certo sentido, mas acho que em termos de política públicas de cultura as coisas são mais objetivas e atendem mais as grandes Coorporações empresárias do que o movimento das artes como um todo(na minha opinião) em termos de arte(artistas e produtores culturais)as questões são mais subjetivas as discussões mais subjetivas ainda, em termos de pessoas(crianças e adolescentes)as questões que permeiam este universo requer muita responsabilidade.
    Acho que o mundo das idéias e a esfera dos pensamento é reflexo dos pensamentos gerados pela nossa relação com o nosso próprio dia a dia, as coisa mais concretas e irreais, somatizando tudo em sentidos, e formalizando em algo que pode ser chamado de arte.
    Sei que é dificil mas acho que devemos pensar em arte acima de tudo, mas tambem na sua extenção material enquanto reflexão do dia a dia, gostei quando falou desta emplidão afinal estamos em Maringá e fazemos parte deste estado tão forte e cheio de artístas potencializados e munidos de sentimentos vigorosos da arte, e que nunca em momento algun fechou suas portas a outros estados e novas idéias, vamos sim fazer valer nossa posição política no Brasil.
    Parabens!

    (Obs: mas acho que deveríamos ter no estado uma Cooperativa Paranaense de Teatro)
    Sandro Maranho.

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